domingo, 11 de outubro de 2009

Primeira infância


Sabe, se tem uma coisa que me irrita e deixa confusa é quando eu tento entender porque nós mulheres acabamos caindo na lábia desses homens assumidamente canalhas, que nós sabemos que não prestam, mas, mesmo assim, ainda insistimos em querer dar mais uma chance. Mesmo as mulheres mais esclarecidas do mundo já acabaram se desiludindo com uma espécie destes...

Eles fazem com que fiquemos duras, medrosas em relação à outros amores, desconfiadas e nos sentindo péssimas. E aí, não há terapeuta que resolva: o estrago já está feito.


Eu sei muito bem porque fiquei do jeito que sou... [segue abaixo uma sessão remember, que ilustra o meu exemplo para que os homens pensem muito bem nas suas atitudes em relação às mulheres que os cercam].


Desde pequena, sempre fui do tipo de criança que chamava a atenção. Era espontânea, articulada, inteligentíssima, uma figurinha bem estilo Maysa (não sei se isso era bom ou ruim). Quando estava no jardim de infância, tive meu primeiro namoradinho, o Rafael. Lembro do nome dele porque até hoje a minha mãe guarda as cartinhas dele endereçadas à mim, naquela caligrafia de criança semi-alfabetizada e as ilustrações com bonequinhos-palito que simulavam nosso futuro casamento. E eu não suportava o coitadinho, esnobava ele horrores, minha mãe até hoje me joga na cara que eu não quis dançar quadrilha com ele, que desde criança era ruim com os homens, que pago pelos meus pecados... Coisas de mãe.


E o tempo foi passando, acabei me tornando um patinho feio, não havia mais admiradores mirins que me escreviam cartinhas me pedindo em namoro. Engordei na pré-adolescência, e mesmo todo meu talento não foi suficiente para evitar aqueles apelidos carinhosos que só os capetas do ensino fundamental podem dar: Free Willy, Rolha de Poço, Gorda, Obesa, Baleia Assassina, Filhote do Faustão...

Eu me revoltava, batia nos meninos, mas isso não evitou que eu me apaixonasse pelo menino mais lindo da classe, um moreninho de olhos verdes. Não lembro o seu nome, só lembro que era estranho, e que ele tinha hemofilia (nossa memória é uma coisa engraçada, não recordo o nome da criatura mas eu lembro da doença dele porque associei à propaganda do Betinho que tinha na época).

Me lembro de escrever milhares de cartinhas pra ele, e ele despedaçava meu coração, rasgando as cartinhas e jogando-as no lixo, na minha frente. Desisti da criatura, mas não da cisma de me apaixonar sempre pelos meninos mais lindos da turma. Só que deixei de demonstrar meus sentimentos, nunca mais assumi que estava amando. E comecei minha sina de sofrer sozinha, por medo de ser humilhada novamente...






2 comentários:

  1. Primeiro que tu se apaixona pelo mais lindo da classe. Teu "amor" pelo guri era apenas atração de ter o belo físico e não o belo interior.

    Quantos nerds feiosos bonzinhos tu ignorou totalmente ou olhou pro lado nem aí? E deve fazer isso até hoje, mulher feita.

    As mulheres caem na lábia do cafa porque QUEREM e não porque eles são canalhas mal carateres. As mulheres ignoram, parece que homens bons são invisiveis. Elas se concentram em olhar akeles 3 tops fodões da empresa, faculdade, curso, academia e ignoram todo o resto.

    E depois reclamam que "Nao tem homem no mercado"...

    Tô de olho nesse blog aki

    abraço

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  2. Concordo mais ou menos com o Silvio..Mas querido, vamos combinar que os homens não olham muito para as mulhers menos desprovidas, na escola, faculdade, trabalho e afins, não é mesmo... Infelizmente o ser humano é assim...Vou lá no meu blog escrever um post sobre isso..Bjim

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