terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Entre o céu e o mar, um horizonte.

Acho que mulheres são as criaturas mais insatisfeitas do mNegritoundo. Nunca estamos contentes com nosso cabelo, nosso corpo, nossos maridos, nossos empregos. Podemos até gostar e tal, mas quem nunca se viu cobiçando um emprego melhor, um corpo melhor, até um marido melhor? Vamos confessar...
E eu queria muito entender porquê isso. Porque não dá pra ficar quietinha e contente com o que conquisto. Acho que são as metas que traçamos que nos fazem seguir em frente. Mas isso é uma crueldade, em vez de comemorarmos nossas conquistas, temos que correr atrás para conseguir mais e mais!
Será que isso é ambição? Não gosto do tom dessa palavra, ambição. Mas é o que se encaixa no contexto. Enfim...
Graças a Deus, ontem não consegui publicar meu post sobre coisas que eu odeio. Depois, relendo ele, vi que era muito revoltado. Não sei porque ando assim tão puta com a vida.
Beijos pra todos. Ótima terça ;*

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Brigadeiro!

Acho que está virando um padrão: toda vez que estou na TPM e vou postar, os títulos dos meus posts SEMPRE são nomes de comidas altamente confortadoras (vide chocolate e outras guloseimas). Mas, sabe como é, mulher precisa de carinho, e a psicologia explica, que procuramos esse conforto em coisas que nos são seguras. Brigadeiro de panela, por exemplo. Por acaso quando você come brigadeiro, ele discute contigo dizendo que você não fez as compras que devia ter feito ou o seu cabelo está horroroso? Não. Ele ri da sua cara quando aquele jeans 40 não passa mais das suas coxas? Não. Ele te deixa feito uma panaca querendo agradar o namorado quando quem precisa de atenção é você? Não. Pensando bem, acho que vou casar com um brigadeiro...

(Nota: amanhã, quando a crise passar, eu vou me arrepender amargamente da lata de Leite Moça carinhosamente misturada com Nescau consumida que vai parar nos meus quadris...)

Bom, agora falando sério, da parte da psicologia, aí em cima... Depois da crise homérica que eu tive hoje, fiquei pensando nos padrões do meu comportamento, quando alguma coisa sai do meu controle. Tive uma discussão horrenda com a minha mãe, ela me deixou extremamente chateada e puta da cara, querendo sumir, e com a cara toda vermelha. E não adianta, nem namorado, nem santo, nem nada conseguiu me acalmar (só o brigadeiro, horas depois). Mas aí comecei a perceber, que é sempre assim. Sou uma pessoa extremamente compulsiva, quando acontecem esses fatos que tiram as coisas da normalidade. Comi compulsivamente, e olha, que depois de um semestre inteiro estudando Psicologia da Alimentação, eu DEVIA saber que era única e exclusivamente fome emocional que eu estava sentindo, ou como dizem os manezinhos da Ilha, "olhólhó, é olho grande meismo, seu istepô".
Enfim, já estou começando a sentir aquele torpor da digestão sendo efetuada. Que desgraça. Mas, pelo menos foi comida. Como eu tava falando (credo, nem estou seguindo uma linha de raciocínio!), sou muito compulsiva, especialmente quando brigo com meus pais. Moro longe deles, então, quando volto pra casa, espero encontrar carinho e afeto, mas só levo patada. Aí acabo fazendo tudo demais: comendo demais, bebendo demais, malhando demais, vomitando demais, trepando demais (bom, nem tanto). E esse tipo de comportamento não é bom pra nenhum ser humano, ainda mais pra quem tem um leve transtorno bipolar feito eu!

As vezes eu fico pensando se eu não devia fazer umas sessões de psicanálise. Mas depois volto atrás: não vou pagar pra nenhum discípulo de Freud uma fortuna só pro cara dizer que o problema está na minha mãe, porque isso eu já sei. Não que eu esteja querendo me redimir da minha culpa, mas é complicado. Não sei se só eu tenho dificuldades com a minha mãe, acho que devia escrever outro blog com o título Sobre todas as mães só pra contemplar esse tema espinhoso...
É foda, nós mulheres toda vida temos que ser as filhas perfeitas, as donas-de-casa prendadas, as profissionais supercompetentes, e ainda temos que ser gostosas e boas de cama. Queria saber quem foi a primeira vadia a queimar um sutiã em praça pública...

Viu só? Já não estou falando coisa com coisa.
Enfim, outro dia continuo o papo, mas sem uma overdose de brigadeiro.

Beeeeeijos

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Chocolate e outras coisas


Ai ai...

Sabe aquela sensação, de que finalmente as coisas estão dando certo?

Quando você começa a relaxar, colocar as coisas em ordem e elas se encaminham :D

Hoje recebi um convite para uma entrevista de emprego. Isso me deu um novo ânimo, depois de uma temporada de TPM violenta!

Acho que essa mudança de humor só veio a me ajudar: ontem treinei na academia, até que estou seguindo a dieta direitinho, está tudo na paz com o namorado, muito sexo selvagem e carinho a toda hora... Bem que a vida poderia ser assim sempre, hein :P


Hoje me dei folga a tarde: sem estudar, sem limpar o guarda-roupa, sem cozinhar, sem dar uma de dona-de-casa louca e workholic maldita. Saí para almoçar fora, comecei a ler um livro que não fala de neoplasias, doença hemolítica do recém nascido e curvas de crescimento da WHO nem nada que se relacione com a área da saúde (Casório?!, da Marian Keyes, a mesma autora de Melancia).

E vou assistir A Mulher Invisível, pra dar umas risadas. Dizem que é bom. Só faltava o chocolate hoje. E sexo, porque não vou ver o meu preto =/

Ah, e hoje a noite vou a um happy hour com as garotas, pra comemorar o final do semestre. A noite promete. Uhull õ/


Eu sou o que você é... Solidão em busca de companhia. Carinho em busca de afeto...
Eu quero alguem pra dividir a aventura que é viver.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Stopping the time

Final do ano está aí, férias chegando, merecido descanso... Até começar a correria de compras de Natal, preparativos para a ceia, parentes chegando de mala e cuia pra se hospedar na sua casa por uma semana e ficar três meses... Ô épocazinha complicada.

Tem horas que eu juro, que queria sumir. Pegar um avião e ir pra uma praia deserta longe de tudo, vivendo só a base de amor. Muita utopia?




Bom, como não é possível (por enquanto, se um dia eu ganhar na MegaSena juro que me dou esse presente!), tenho que continuar a vida por aqui mesmo, trabalhando e estudando como qualquer mortal. Estou pensando nos rumos que vou tomar na minha vida ano que vem. Final do ano vem chegando e começam as resoluções de Ano-Novo: vou começar a dieta, vou fazer mais exercícios, vou aprender italiano, vou visitar mais meus pais, vou viajar pro Nepal... Um bando de coisas que nós mulheres temos vontade de fazer mais o tempo vai passando e nunca efetuamos as promessas de fato!


Mas agora vai ser diferente, porque não é uma promessa, são minhas metas. Pra alcançar uma meta, temos que traçar um plano de ação, é como um joguinho de estratégia, pra chegar ao objetivo, temos que percorrer todo o caminho, certo? Então, mais ou menos por aí.



Quando chegar o final do ano eu falo quais as minhas metas. Vou fazer suspense, por enquanto...




PS: Meu final de semana foi P.E.R.F.E.I.T.O.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A moça

E ela estava lá, sempre à disposição dele. Nunca aceitou ser o tipo de mulher submissa,foi criada para ser independente, mas quem diria, a vida lhe pregou uma peça. E, quando deu por si, estava fazendo o perfeito papel de dona de casa boazinha, mas seria o papel perfeito para a moça que sonhou em conquistar o mundo e se perdeu conquistando um homem?
Se ao menos ele desse valor ao sacrifício que ela fazia todo dia, ao abdicar de tudo que quis pra tentar ser feliz de uma outra forma, mas não... Ele só pensa em si mesmo, e diz que pensa no futuro deles, e passa a mão na cabeça dela como se ela não fosse uma mulher, fosse um bibelô qualquer na estante, um cachorrinho que precisa de apenas um afago para ficar contente...

Não, ela não está feliz. Mas tem medo, de voltar atrás, e partir de onde deixou seus sonhos. Pobre moça.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu acho que as pessoas que mais se decepcionam são aquelas que procuram diamante no LIXO e vão logo fazendo dele um colar. Isso já aconteceu comigo. Hoje não acontece mais! Porque não me entrego de primeira, nem pro primeiro que aparece. Antes eu não pensava dessa forma. Não dava importancia para o que falariam no FUTURO. Hoje sou conservadora e principalmente, me valorizo MUITO, o que é muito difícil nas mulheres de hoje em dia... Me basta rir, saber que cada dia mais mulheres caem nessa armadilha de palavras gastas e gestos fáceis. Depois colocam a culpa nos diamantes encontrados no LIXO...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

It's a little too late for you to come back ;)

ó céus!
Acho que esse blog deveria ter sido feito com o intuito de questionar todas as dúvidas eternas que ficam em nossos corações. Porquê que nós mulheres, mesmo podendo ter qualquer homem, ainda insistimos em nos apaixonar pelos piores? E, mesmo sabendo de todos os erros cometidos, ainda ficamos balançadas e propensas a dar uma chance?

Ontem foi assim, o EX veio aqui, conversa vai, conversa vem, chororô, acabei tendo uma recaída. Afinal, uns beijinhos e amassos não fazem mal a ninguém, faz bem pra alma e para a pele ;)
Só que não é minha intenção voltar, não sei porque faço isso, preciso de sinceridade em um relacionamento, se o cara me enrolou, independente das justificativas que ele tenha me dado, nada disso vai mudar o fato de que ele errou, e errou feio. E eu também errei, porque com essa minha atitude de ontem acabei encorajando o moço a continuar suas investidas, e aí está a grande questão: é isso mesmo que eu quero (preciso) pra mim?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

numa relax...


Aula de Saúde Coletiva, esperando a apresentação do meu projeto, e enquanto isso vou ouvindo essa música da etena diva, Cássia Eller. Fica aí a letra de presente pra vocês...

Beeeijos ;*

Diga que me odeia
Mas diga que não vive sem mim
Eu sou uma praga
Maria sem-vergonha do seu jardim
Mães assassinas
Filhas de Maria
Polícias femininas, nazis judias
Gatas, gatunas
Quengas no cio
Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz
Garotas de Ipanema
Minas de Minas
Louras, morenas, messalinas
Santas sinistras
Ministras malvadas
Imeldas, Evitas
Beneditas estupradas
Toda mulher quer ser...
Paquitas de paquete
Xuxas em crise
Macacas de auditório
Velhas atrizes
Patroas babacas
Empregadas mandonas
Madonnas na cama
Dianas corneadas
Toda mulher quer ser...
Socialites
Plebéias
Rainhas decadentes
Manecas alcéias
Enfermeiras doentes
Madrastas malditas, super-homens zapatas
Irmãs La Dulce beaidétificadas

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Esse homem... o EX

Hoje acordei a fim de falar sobre aquele tipinho de ex namorado que, mesmo sendo ex, continua cismando em aparecer na sua vida. Mesmo depois de terminar, da choradeira toda, dos litros de sorvete consumidos, da etapa de dar a volta por cima e fazer coisas só pra levantar o ego e dizer "Oi baby, você perdeu, eu sou foda", nós ainda fraquejamos quando nos deparamos com este ser...

É complicado, seja lá qual foi o motivo do término, nós mulheres temos o dom (defeito?) de momentaneamente esquecer tudo de ruim que se passou e que levou ao fim da relação, e começamos a pensar no que nos atraía nele. Aquele sorriso com covinhas, o olhar penetrante, a lábia de malandro, a conversa envolvente, o jeitinho de andar, aqueeeeeeela pegada... Sucumbimos ao charme e depois ficamos nos corroendo em remorso: "ai meu Deus, porquê eu fiz isso?". A resposta: nós mulheres também gostamos de sexo fácil, e mesmo se não deu certo o lance com o rapaz, é mais fácil ter alguém que nós já conhecemos do que arranjar qualquer um só pra satisfazer os desejos da carne. Simples assim.
Só que o que revolta nas mulheres (inclusive em mim) é que, mesmo sabendo disso tudo, mesmo tendo ciência de que acabou e não tem mais volta, não conseguimos colocar uma pedra em cima do passado. Eu não entendo, por mais que se diga que não quer voltar a ficar junto. acabamos aceitando um convite pra jantar, um cineminha, rolam alguns beijos e aquela session... E depois ficamos nos remoendo. É dificil mesmo acabar e seguir em frente, ainda mais se temos alguém sempre ali para nós. Só que, se a relação teve um final, algum motivo teve, pode ter certeza. E não é agindo desta forma que as coisas se resolvem...
Vou tomar o meu caso como exemplo: meu ex era o cara menos aconselhável para se envolver. Traía a ex namorada a torto e a direito, tinha um monte de mulheres no pé dele, era independente e faz o gênero malandro. Não era o tipo de cara que chama minha atenção à primeira vista, lembro que quando fomos apresentados eu nem dei bola pra ele, e a criatura fazendo de tudo pra chamar minha atenção (típica criança grande). Mas tanto ele fez que acabei saindo com ele, um vez, duas, três, quando eu vi já estava completamente envolvida...
Foi uma coisa natural, começamos a namorar, estava gostando dessa vida que eu nunca tinha pensado em ter. Só que ele nunca se conformou que eu sou independente demais e tenho consciência de que ele não é o último nem o único homem da face da Terra: sempre tive muitos admiradores (depois da fase do Patinho feio na adolescência, até que virei gente), tenho muitos amigos homens, mas nem por isso dava bola para qualquer par de calças que se engraçasse comigo...
Bom, continuando: esse meu jeito de agir, de falar depois de já ter feito, de não pedir nada a ninguém, acabou deixando ele inseguro. Com a ex dele, ele mandava e desmandava, e a trouxa obedecia. Comigo ele nunca ia agir assim, e eu deixei bem claro que seria do meu jeito. Até porque, antes de me envolver mais sério, tive uma conversa com ele e esclareci alguns pontos, inclusive o de que eu não sou nenhuma criança e tenho maturidade o suficiente para entender quando as coisas não estão certas. Já tinha tido outro relacionamento parecido, e não queria que o final fosse o mesmo...

Conclusão: ele ficou tão inseguro, mesmo quando eu tentava demonstrar que era bobagem essas teorias dele, que ele foi procurar na ex o que não encontrava em mim. O meu macho alfa não aceitou que eu pudesse ser tão desejada quanto ele era pelas mulheres, e preferiu procurar a ex com medo de que eu largasse ele e ele ficasse só. Tolinho.
E agora está aqui, me ligando todos os dias, dizendo que me ama, que quer ficar comigo, que deu um basta com a outra. E eu enfraqueço, ainda gosto do canalha, não posso ficar perto dele que acende uma chama. Mas quando eu estou longe, começo a pensar racionalmente, e me lembro de tudo que aconteceu, dos motivos que ele me alegou para ter agido dessa forma. E não acho que fossem motivos suficientes.
Ó, eu escrevendo esse post e ele me ligando. Ontem ele veio aqui, conversamos conversamos e não chegamos a lugar algum. Ele pede uma chance, eu digo que ele precisa mudar por ele primeiro, pra ver se vai adiantar ou não. Não vai ser assim tão fácil quanto ele está acostumado.
Beeeeijos garotos(as) ;*

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Resposta ao Sílvio...

Buenas õ/
Já tinha pensado no post de hoje, ia ser só a continuação da história de ontem... Mas o comentário do Sílvio (obrigado querido!) me fez repensar sobre o modo como me expressei...
Acho que a maioria de vocês pensa que nós mulheres somos fúteis e só pensamos no exterior. Mas a verdade é que todas nós, sem exceção, já nos apaixonamos pelo cara mais gato da turma. Podem não confessar, mas já sentiram aquela atração e quiseram beijar o garoto. É aquele tal de amor platônico, que todas nós já sentimos.
Só que, após senti-lo e não serem correspondidas (por isso que é amor platônico, se fosse correspondido, não teria esse sobrenome pomposo ^^), mulheres podem tomar dois rumos:
  1. Ou sofrem com a desilusão, ficam traumatizadas, escondendo seus sentimentos do mundo e não acreditando novamente no amor;
  2. Ou mandam tudo à puta que o pariu, e passam a agir como os bofes que a fizeram sofrer, sem ter consideração pelo sentimento do próximo.

Eu, particularmente, me considero uma mistura dessas duas espécimes. Mas enfim, não é por isso que não vamos dar chance ao zé povinho que insiste em nos convidar para um happy hour depois do serviço. É que mulheres se desiludem com muita facilidade, e acabam descontando suas frustrações nos homens mais próximos dela (vide amiguinhos inofensivos, colegas de trabalho desinteressantes, aquele bom moço que tua mãe adoraria chamar de genro mas que não rola). A culpa não é nossa se somos seletivas demais! Se saímos com qualquer um, somos taxadas de vadias. Se nos preservamos, dizem que estamos nos fazendo de dificeis. Poupem-me!

Outro dia eu continuo a historinha. Fiquei com preguiça, estou revoltada, meu ex veio aqui no meu apartamento me encher o saco pra dar outra chance pra ele. Só de raiva, vou sair agora. Com um cara desses feitos pra namorar, mas que agora eu só quero para dar umas risadas e me divertir. Pois eu comprovei isso esta semana: é dificil pra vocês entenderem que nós eventualmente só queremos a amizade masculina (se é que isso existe)!

domingo, 11 de outubro de 2009

Primeira infância


Sabe, se tem uma coisa que me irrita e deixa confusa é quando eu tento entender porque nós mulheres acabamos caindo na lábia desses homens assumidamente canalhas, que nós sabemos que não prestam, mas, mesmo assim, ainda insistimos em querer dar mais uma chance. Mesmo as mulheres mais esclarecidas do mundo já acabaram se desiludindo com uma espécie destes...

Eles fazem com que fiquemos duras, medrosas em relação à outros amores, desconfiadas e nos sentindo péssimas. E aí, não há terapeuta que resolva: o estrago já está feito.


Eu sei muito bem porque fiquei do jeito que sou... [segue abaixo uma sessão remember, que ilustra o meu exemplo para que os homens pensem muito bem nas suas atitudes em relação às mulheres que os cercam].


Desde pequena, sempre fui do tipo de criança que chamava a atenção. Era espontânea, articulada, inteligentíssima, uma figurinha bem estilo Maysa (não sei se isso era bom ou ruim). Quando estava no jardim de infância, tive meu primeiro namoradinho, o Rafael. Lembro do nome dele porque até hoje a minha mãe guarda as cartinhas dele endereçadas à mim, naquela caligrafia de criança semi-alfabetizada e as ilustrações com bonequinhos-palito que simulavam nosso futuro casamento. E eu não suportava o coitadinho, esnobava ele horrores, minha mãe até hoje me joga na cara que eu não quis dançar quadrilha com ele, que desde criança era ruim com os homens, que pago pelos meus pecados... Coisas de mãe.


E o tempo foi passando, acabei me tornando um patinho feio, não havia mais admiradores mirins que me escreviam cartinhas me pedindo em namoro. Engordei na pré-adolescência, e mesmo todo meu talento não foi suficiente para evitar aqueles apelidos carinhosos que só os capetas do ensino fundamental podem dar: Free Willy, Rolha de Poço, Gorda, Obesa, Baleia Assassina, Filhote do Faustão...

Eu me revoltava, batia nos meninos, mas isso não evitou que eu me apaixonasse pelo menino mais lindo da classe, um moreninho de olhos verdes. Não lembro o seu nome, só lembro que era estranho, e que ele tinha hemofilia (nossa memória é uma coisa engraçada, não recordo o nome da criatura mas eu lembro da doença dele porque associei à propaganda do Betinho que tinha na época).

Me lembro de escrever milhares de cartinhas pra ele, e ele despedaçava meu coração, rasgando as cartinhas e jogando-as no lixo, na minha frente. Desisti da criatura, mas não da cisma de me apaixonar sempre pelos meninos mais lindos da turma. Só que deixei de demonstrar meus sentimentos, nunca mais assumi que estava amando. E comecei minha sina de sofrer sozinha, por medo de ser humilhada novamente...






Starting...

Madrugada de domingo, televisão ligada, eu aqui, estirada na cama pensando nas coisas que aconteceram em minha vida nos últimos 20 anos... Engraçado como quando nós mulheres nos decepcionamos com algo (ou alguém), começamos a pensar na vida, como se isso fosse ajudar-nos a resolver alguma coisa. hunf!
Enfim, resolvi, ao invés de recorrer ao velho método do pensamento-que-não-leva-a-lugar-algum, pensei em bolar um endereço como este, do tipo que eu gostaria de ter lido quando estava confusa e de cabeça quente. Algo que sirva como um apoio para as mulheres e um manual de instrução para os homens tentarem entender estas (por favor meninos, não sintam-se ofendidos, já aviso que o humor feminino é extremamente ácido quando estamos revoltadas com os senhores).

Meu nome neste espaço é Alinne, mas poderia ser Wanessa, Priscila, Bruna, Maria, Luísa, ou tantos outros. Aqui sou todas e não sou nenhuma. Prefiro adotar o anonimato por saber que muitas garotas irão se identificar com as histórias que eu vou contar aqui. Então, é como se cada uma de vocês estivesse registrando nesse espaço todas as angústias comuns a nós, mulheres de sorte.
Agora perguntem-me: porquê mulheres de sorte? As vezes parece que nada na vida está dando certo. Eu sou o meu exemplo: perdi meu emprego, a faculdade está um saco, terminei com meu namorado, estou desiludida da vida. Vocês devem estar se perguntando onde está a sorte aí, hein hehehe.
Pois bem. Não faço o gênero Polianna (aquela, do Jogo do Contente), e não sou, definitivamente, uma pessoa otimista. Mas, acredito que, se formos começar a ver as coisas sempre pelo lado ruim, nunca vamos sair do lugar.
E, quer saber? Não adianta naaaaaaada ficar se estressando por esse tipo de coisa. A vida é curta demais pra perdermos tempo chorando. Então, meninas, não se deixem abalar! Aproveitem a noite, saiam, divirtam-se, seduzam mas não se apeguem! E, meninos, não façam mulheres acreditarem em contos de fada. Fairy tales don't always have a happy ending.